Thursday, August 30, 2007

A dream come true.

Penso, que para qualquer fan português de Pearl Jam, o dia 1996.11.24, não é um dia qualquer. Para mim, foi um daqueles dias que perdurarão na minha memória para sempre. Finalmente, a minha banda de eleição, vinha ao meus país!


Acho que qualquer palavra minha seria incapaz de descrever o que se viveu naquele domingo de Setembro, no dramático de Cascais, por isso, transcrevo algumas partes da critica escrita no Jornal "O Blitz" de 26 de Novembro de 1996, por Mónica Guerreiro:


"Assistir a um concerto onde se está rodeado por todos os lados por milhares de mãos a bater palmas, vozes a cantar e corações a palpitar desenfreadamente é sempre uma sensação indescritível. Mas posso tentar.

No passado domingo, no Pavilhão do Dramático de Cascais, viveu-se pura e simples e intensamente a essência da música parida pelos Pearl Jam. É incrivel verificar que, pronto, está bem, o dinheiro pode fazer rodar o mundo, mas é a música que lhe dá o sentido. A direcção. E podem crer que ela aponta directamente para este tipo de concertos: sem artificialismos fúteis e absolutamente dispensáveis, sem demagogias, sem ambiguidades. Beleza e objectividade provaram mais uma vez serem as palavras
de ordem, e ainda bem.

Numa altura em que o desespero já levava pessoas a oferecerem 50 contos por um bilhete, um pavilhão que por pouco não rebentava pelas costuras foi o cenário que se apresentou aos rapazes de Seattle....

...Finalmente, o grande momento. Emolduradas por um fundo liso, mas camaleónico, que ora se mostrava azul, como depois se transformava em púrpura, para logo de seguida ficar amarelo, os Pearl Jam entraram no palco, discreta mas não despercebidamente, pelo que o público irrompeu de imediato numa salva de palmas que se adivinhava não ter fim. Tinham chegado os mestres. Abrindo a celebração com umas luzes tão fracas que a visão dos músicos se limitava a linhas e vultos, mas que criou um belo espectáculo visual (com o fundo desta feita em violeta), os Pearl Jam deram logo aqui o mote para todo o concerto: simplicidade e autentacidade. Vedder mostrou-se muito simpático e bem disposto, deixando espaço para a audiência se manifestar (e ela não se fez nada rogada) em momentos de fanatismo assumido (onde gritavam «Pearl Jam! Pearl Jam!» ou então só «Eddie! Eddie!»), ou num nacionalismo extremo traduzi
do por excessivos «Portugal! Portugal!» em coro unissono e onde ninguém desafinava. Um coro que aliás, acompanhou fielmente todos os refrões e (quase) todas as estrofes que os Pearl Jam trouxeram consigo.

Canções que ficaram retidas na memória do povo? Posso dizer já: «Animal», «Once», «Dissident», «In My Tree», «Eldery Woman Behind The Counter In A Small Town», «Habit», «Off He Goes», «Even Flow», «Daughter», «Present Tense», «Rearviewmirror», «Alive», «Smile», «State Of Love And Trust» ou «Porch», por exemplo, e já foi o alinhamento quase todo, incluíndo o encore....".
"... convém acrescentar que espalhado por cima das colunas do palco encontrámos candelabros com meia dúzia de velas vermelhas a autoconservarem
-se calmamente, como que fortalecendo a ideia da simplicidade de que há pouco falámos. A policromia do cenário ajudava a diferenciar as canções, ao mesmo tempo ia estabelecendo semelhanças entre elas.

Num concerto em que quase todas as músicas geravam ambientes e reacções apoteóticas, vale a pena ressaltar algumas pérolas que deixaram o público num completo extâse, como «Once» ou «Even Flow». Depois de tocarem «Present Tense», um compasso de espera que a audiência logo aproveitou para dar voz às suas impaciências: todos queriam «Alive». Então, vá de cantar o refrão. Até 20 vezes seguidas se for preciso. Mas a banda não se deixou intimidar e continuou com o reportório previsto, tocando mais duas músicas antes de nos presentear com o já lendário «Alive». A massa comemorativista aplaudia cada canção como se fosse a última, tratando os Pearl Jam com todo o respeito que eles merecem. De fora ficaram duas das minhas favoritas, «Sometimes» e «WMA», mas longe de mim queixar-me. Tudo o que tivemos foi óptimo. Foram momentos memoráveis.

As palavras pronunciadas por Eddie Vedder (num clima quase de amizade entre banda e público, o que deixou todos muito à vontade) eram ouvidas, compreendidas, assimiladas e guardadas por todos os que tinham sorte de não ter vizinhos histéricos. Mas o grande momento da noite, o grande salto, esse, ficou reservado para o fim. Enquanto, durante o concerto, se via esporadicamente um par de pernas a passarem de um lado para o centro da plateia, ou mesmo pessoas inteiras a mudarem de rota de colisão, nunca ninguém pensou que ele próprio, Eddie Vedder, one and only, ia saltar para cima do povo lusitano (e aí perder a sua T-shirt, que ficou feita em farrapos distribuidos pelas mãos de alguns fãs mais acérrimos e esfomeados). The crow went wild.

I'm the man with the camera....


Alguém que esteve in loco na situação, só me conseguiu dizer: «Foi espectacular...». Quem assistiu de longe, como eu, corroborou. À saída, de entre 10 pessoas, uma dizia-me do concerto que tinha sido «fixe», outra que nem tinha palavras. « É impossivel verbalizar aquilo que senti. Ainda estou... assim.». E as restante oito ficaram-se pelo «espectáculo/espectacular», mas com uma cara de completa satisfação. Acho que todos os presentes se renderam, incondicional e irremediavelmente aos encatos desta banda prodígio, que parece ter caido do céu para alimentar as esperanças daqueles pobres diabos que olhavam e só viam letreiros a dizer «O Rock Acabou». Não é verdade (e o mesmo se aplica ao punk e/ou ao grunge, pois não é por morrer uma pessoa que desaparece todo um movimento musical com inúmeras ramificações noutros estilos) e o concerto de 24 de Novembro prova-o muito bem. Todos nos sentimos impotentes perante a evidência. E não imaginam como isto me faz ficar contente. A vida deveria ser como um concerto de Pearl Jam: quase non-stop e repleta de momentos inesquecíveis."

Bem, quem não esteve lá, não sabe o que perdeu....
Quem esteve, sabe do que se esteve aqui a falar....




Friday, August 24, 2007

Yield - The meaning...




Quem é o Yield...???

Yield é o alter ego de alguém de carne e osso, registado com bilhete de identidade, número de contribuinte, etc.

Nasceu de uma paixão pela música, pelo movimento grunge e principalmente por uma banda chamada Pearl Jam ( a quem eu dedicarei grande espaço deste blog).

Penso que posso afirmar, que tive sorte por ter apanhado o princípio dos anos 90 na minha adolescência, e o movimento grunge no seu auge. Altura da camisa de flanela, a bota Doc Martin, o cabelo comprido.

Conheci, na época, bandas pelas quais fiquei fan: Pearl Jam, Soundgraden, Alice in Chains, Stone Temple Pilots, etc.

Na altura, também, encontrei o mundo fascinante da internet. Uma porta aberta para um mundo novo, num país ainda muito atrasado. E como tal, a necessidade de ter um "nick", um alter-ego virtual, como lhe chamo. Aí nasceu Yield, o nome de um albúm dos Pearl Jam, que perdura até os dias de hoje. Nome pelo qual também chamei o meu primeiro cão:

Miss you...